Camila Lima
1 min readApr 24, 2024

De volta à terapia.

Aparentemente dessa vez cavei uma cova ainda mais profunda, a ponto de não ter certeza se consigo sair dela.

A inércia me consome noite e dia, a incerteza chegando em níveis que nunca imaginei, a ponto de não saber mais o que gosto, o que quero.

Negação. Não a negação de não achar que preciso de socorro, mas um estado de negação onde tudo o que eu quero é dizer não…. não fazer, não comer, não acordar quem sabe.

A medicação ameniza, me faz dormir bem, as noites são mais tranquilas… mas os dias… que inferno esses dias infinitos, eu levanto numa contagem regressiva, pensando na hora do próximo remédio pra dormir.

Nesse meio tempo eu não consigo fazer nada que de fato me ajude, me distraio do que sei que deveria fazer. Veja bem, eu sei o que deveria fazer, e eu até acredito que quero, eu só não consigo. A sensação é de carregar uma bigorna apertando o peito dia e noite… se levanto rápido da tontura, tô fraca, sempre cansada, tentando sobreviver e vendo minha vida escorrer entre os dedos, tipo areia de praia seca sabe? Eu queria parar esse processo, mas não tô com força pra isso.

Nos dias bons me distraio nas redes sociais, nos dias ruins choro, durmo, sumo. Não vou no sol faz umas duas semanas… logo eu. A sensação de estar a um passo do fim me da uma sensação dúbia, uma pressão e um alívio, e eu não sei bem o que seguir.

Exausta… de tudo… de mim.

Camila Lima

Uma escritora culposa... textos baseados em fardos reais.